dos jardins...

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"Amor não resiste a tudo, não. Amor é jardim. Amor enche de erva daninha."
Caio Fernando Abreu
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cuidado absoluto

um jardim desavisado
crescido entre velhas memórias
daninhas - danem-se os pensamentos
ruins e as causas das desalegrias
passadas -
o mato é novo
a grama cresce histérica de verdade
acontecem flores e
as mudas das plantas falam
espalham multiplicadas sementes e enxertos
de eventos novos – as plantas
esperam ansiosas
a próxima estação
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das águas...

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“O que é a solidão? É viver sem obsessões.
Mas na vida às vezes a gente tem que escolher
entre esmurrar a ponta de uma faca ou se deixar queimar no fogo.”
Rodrigo de Souza Leão
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algo marinho

mãos submarinas
a palma em ondas
e o olhar d’água
a pele úmida de sal e mar
as histórias na superfície são pendências
a maré vazante
espera na areia
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das reservas...

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"......
por isso digo
febre
e noite
e fumo
para dizer
ansiedade e
desperdício de sêmen e de horas
e cigarros à janela
acesos como estrelas
com a noite numa ponta
e nós
consumindo-nos
na outra
......"

Trecho de Poema de Amor - Ana Martins Marques
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todos os olhares reservados ©

vejo ontem
vejo mais do que a retina pode

vejo demais
vejo mais com a pele
vejo com jeito
vejo com cuidado
vejo com o tempo
seu outro lado
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dos ídolos...

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one year ago...

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outra ciranda

o rei e
uma vida de vidro
de astro frágil e devido
que uma história ao mundo destes
era vidro
e se quebrou
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das sombras...

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"la sombra es un pedazo que se aleja
camino de otras playas

en mi memoria un ruiseñor se queja
ruiseñor de las batallas
que canta sobre todas las balas

hasta cuando sangrarán la vida

la misma luna herida
no tiene sino una ala

el corazón hizo su nido
en medio del vacío

sin embargo
al borde del mundo florecen las encinas
y la primavera viene sobre las golondrinas"

Sombra - Vicente Huidobro - De Poemas árticos, 1918
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o livro da construção das emoções diz que:
parágrafo único.
toda emoção não catalogada
não sentida
não usada
não serve mesmo
para nada.

nota: revoga-se este parágrafo
caso a emoção seja decifrada
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dos espaços...

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“Não vejo as imagens com meus olhos.
Sou um escritor, invento, fantasio, brinco.
Vejo as formas que quero ver.
Só faço sugerir formas de olhar.”
Ignácio de Loyola Brandão
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das grafias...

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geo_grafia própria
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feito em www.pilothandwriting.com
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das proporções...

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as dimensões emocionais

"tudo é nau_frágil"
Gustavo Adonias

tamanho não é documento
mas o espaço entre a parede e o cimento
é bem pequeno
então quantas vezes
sobra só o espaço
de vidro que só cabem
algumas poucas
fragilidades?
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dos teclados...

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Esc or Enter?
Save or Del?
that's the Ctrl

poema Insert Rodrigo Mebs
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regra geral

claro que a tecla
imprime na tela
o texto como na testa o chifre
presta pra briga
a letra presta pra escrita
igual como um texto cru é assado:
as palavras
umasatrásdasoutras
formam intrigas
direto do forno
criada a forma do texto
com todos os seus sentidos e cheiros e os fundos da vida -
assa-se um achado

em todo teclado
escrever é uma briga
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das rotações...

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deu de rodar rodar rodar
no que é a vida
agora precisa controlar
a urgência
das suas palavras novas
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das terras...

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organo-tecno-lógico
gaia orai por nós

na trama da natureza
a máquina de desfazer floresta
o ser engano-tecnológico
o homem
se engana:
não deixa
pedra sobre pedra
água sobre mágoa
a própria terra engolida
revolta
vomita
trans-agride-se
mãe
dona de si
grita
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...sobra só um céu com nuvens e suas borboletas transgênicas azuis...
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das fontes...

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o que se usa é a palavra-fôrma
em qualquer forma de expressão
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piano
poema
palavra
fonte
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dos dez_a_fios...

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"falei de nós dos meus nós antes durante após
e tenho a conclusão de que qualquer conclusão só traz confusão
descobri que se eu não descobrir nada a coisa fica melhor
queria dizer que eu não estou em mim, mais em nós dois, quase em você"
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fio...

de linha?
elétrico?
não
“fio da mãe”
o fio com a mãe rompeu
a mãe morreu
mas o fio rompeu quando você nasceu
então
não era fio
era umbigo
não era fio
era cordão partido
desde o início
que só acaba
quando o fio
vai até o final
meu filho
.
se me perguntam
muito prazer
feliz!
quem não me conhece
muito prazer!
felicidade
ninguém me vê e vai passar por mim
lembra você
muito prazer
feliz!
não é só rir
olha esta tarde....
muito prazer
felicidade!

(Danillo Lavelli adaptado)
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fala o que você quer
fala o que você vê na gente
fala agora, fala para sempre
diga sobre o sol o sal o céu sumindo pra noite entrar
com a lua e as estrelas desenhadas como sempre
monte o cenário
fala algo por exemplo
sobre o que a gente sente

(Danillo Lavelli adaptado)
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dos ócios...

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fácil
é a arte como uma possibilidade de elixir

paradefalar
parafácil
paradar
acara
atapa
paranteparo
afala

(mevi
cio
entreplenaspalavras
comtantasvagas
deócio)

façovício
máximo
dissoque
sedizsilêncio
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dos astrais...

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selado
(Danillo Lavelli adaptado)

"sinal fechado:
acho q o amor é a ausência de engarrafamento
e um excesso de sinos e buzinas"

quero algo mais que lua
só
que o seu sorriso também
vejo estrelas e quero uma fotografia
do céu da sua boca um beijo
e um poema que eu fiz
para usar as asas que você me deu
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dos aquários...

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dos modelos...

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fome

necessidade poética:
encontrar um novo casamento
entre idéia
e palavra
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das alturas...

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céus!

em pleno vôo
não sei onde vou parar
só quero a sensação
de ter nuvens nos ouvidos
e olhar de cima
as pequenas coisas
que incomodam
de perto
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das ansiedades...

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semanário

até o fim de semana
são sete dias
são sete noites
o seu açoite é o tempo
apressar o momento
são sete coisas
sete empregos
a um só tempo
não mais que sete
um ansioso
um desespero
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dos espasmos...

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"Sujeito: - é possível, amigo, reconhecer quando o amor acaba?
Qualquer: - e serás possível, meu amigo, tu me dizer quando ele começa?"
In http://reticere.blogspot.com

o amor é a concessão
o extremo do abismo
a entrada triunfal
a vida sem aviso
um estar dentro do outro mesmo sem saber
é com
ceder-se
no seu todo
o tempo

o seu sonho parece distante
uma pedra no sapato
mas o que seria de qualquer desejo
se não houvesse alguma dor?
de tudo o prazer sempre ensina:
a forma mais doce de amar
é superando a dor

existe
um amor que ultrapassa todos os outros amores
que faça todos os outros dissabores
tanto os vis quanto os vãos
desaparecerem?

o amor não tem placa
chega sem licença
não pede nada
se instala abusadamente
e de repente
no seu tempo
se acomoda
e do mesmo jeito
sem mais nem menos
esquece

assim é:
no dia em que chega
começa a ir embora
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dos laços...

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esclare_cimento

quero que você saiba tudo
e tenha tudo que
e possa tudo
o que não pudemos antes de nós dois termos criado esses nós tão agarrados
e os sapatos tropeçados dessa história
que deixaram os passos mais distantes
da nossa outra intenção

acabou por aqui
agora é cada um com o seu pé
e cada um por si
no seu chão
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dos valores...

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“Mas quando você está numa situação sem saída, resta sempre a poesia.
Aí escrevi: "O sofrimento não tem nenhum valor".
Não quero saber do sofrimento, quero é felicidade.
Não gosto de fazer lamúrias. Detesto o passado.
Uma vez, discuti feio com minha companheira.
Fiquei sozinho em casa, cheio de razão e triste pra cacete.
Então, pra que querer ter sempre razão?
Não quero ter razão, quero é ser feliz.”
Ferreira Gullar
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os danos poéticos

o coração
arma a alma
e atira todas as pedras que é capaz
em cada casa
cada outra coisa de vidro
os cacos formam o caos
ficam as possiblidades
quando se unem os pedaços

poesia é quase isso:
organizar os cacos
e aprender a amar as pedras
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das caixas...

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a imagem já é...
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das destruições...

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pro seu fim
com inspiração em meiaduziade3ou4

o fim está próspero com o esquecimento global
por isso eu prefiro um virus de grife
que mata todo mundo bem vestido
e coloca num caixão chanel
com botão de cinema bunuel
e caixa de presente em tom pastel
a torre de babel fica no seu pé
algum problema aqui na renderização
e não tem quem agüente mais poluição
cd dvd pirata em promoção
mais um problema de comunicação
não transparelho o que pareço
e não tenho preço no varejo
eu vejo um outro dia assim atrás de mim
não tem mais jeito não
o mundo vai acabar
e eu pagando o mesmo preço
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